Ceratocone, o que pode agravar?
CIRURGIAS
Algumas doenças podem afetar a córnea de forma tão severa que o único tratamento eficaz passa a ser o transplante. No Brasil, as principais causas de transplante de córnea são a ceratopatia bolhosa do pseudofácico (edema de córnea persistente após cirurgia de catarata), o ceratocone e as infecções e opacidades cicatriciais da córnea. Durante muito tempo o transplante penetrante (modalidade em que se troca a córnea em toda sua espessura) foi o único método realizado.
Atualmente, técnicas mais modernas podem trocar apenas a parte afetada da córnea. Estes tipos de transplante trazem de modo geral maior segurança por trabalhar com “sistema fechado” (não é necessário abrir todo o olho), menor chance de rejeição (pois utilizam menos tecido doador) e recuperação visual mais rápida (alguns tipos como o DMEK podem ser feitos com pouquíssima sutura ou até mesmo sem pontos, enquanto o transplante penetrante utiliza normalmente 16 pontos).
Assim, em doenças que acometem apenas a porção mais anterior da córnea (estroma), como o ceratocone, muitas vezes é possível realizar o transplante do tipo DALK, em que apenas esta porção é trocada. Da mesma forma, em doenças que afetam apenas a porção mais interna (endotélio), pode-se realizar o DSAEK ou até mesmo o DMEK. O transplante de córnea do tipo DMEK (Descemet Membrane Endothelial Keratoplasty) é uma técnica ainda pouco realizada no Brasil por ser relativamente nova e tecnicamente mais difícil. Poucos cirurgiões são treinados para realizá-lo.
O Dr. Lucas Monferrari Monteiro Vianna passou por treinamento intensivo em sua especialização e doutorado, e é atualmente um dos poucos cirurgiões de córnea que realiza este tipo de transplante no estado do Rio de Janeiro. Os resultados deste tipo de cirurgia são comprovadamente superiores em todos os aspectos no tratamento das doenças puramente endoteliais, pelo que deve ser o procedimento de escolha sempre que possível.